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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Fermentação de nossa Cerveja!

Acabei de fazer uma leitura da densidade do "mosto coletivo" com o Refratômetro.
Segue o acompanhamento dela no promash:


Essa foi a cerveja mais errada da história da RecBrew, eficiência BAIXÍSSIMA, Ficando fora do estilo


O IBU ficou um pouco acima para o estilo... sobre o gosto... está uma verdadeira delícia! uma das melhores cerveja já feitas por aqui! Seca e pouco com pouco álcool... prontinha para ser bebida em enormes quantidades!(só tem 16 litros)

Abraço a todos

Pão e Cerveja!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Tanques de Post mix 10 Litros

Prezados,

Aqui está a foto de um dos tanques de post mix de 10 litros que conseguimos. No local existem mais, porém só podemos comprar em lotes de 100 unidades. Por isso precisamos de mais pessoas interessadas.

Os tanques são usados e provavelmente precisam trocar as borrachas de vedação, mas todas as conexão estão aparentemente boas, assim como o sinfão.

Se conseguirmos fechar o lote a unidade sai por R$ 100,00 (cem reais).

Os interessados por favor entrem em contato conosco através dos emails

romeroperman@hotmail.com
joaofilipemuniz@gmail.com

Seguem fotos:







Cheers

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Ein Prosit der GemuetlichKeit


Este Final de semana estaremos comemorando o Segundo evento aberto da RecBrew. Uma homenagem a cultura alemã em todos os sentidos, com muita Cerveja artesanal e comida típica alemã, Ambiente familiar.

Ein Prosit der GemütlichKeit é uma expressão alemã que brinda (Ein Prosit) ao "GemütlichKeit"

Gemütlich em alemão quer dizer mais do que aconchegante, mais do que divertido, talvez mais do que prazeroso. Para bom Recifense entender seria como ir para Porto em um dia de semana, comer uma agulhinha com uma Caipirinha de Caju (prefiro uma HefeWeiss) na Beira da praia embaixo de um guarda-sol!

Pode chamar a Família, 15 Reais por cabeça, menino pequeno não paga mas também não bebe...

Liga aí:
Filipe (81) 99535637
Romero (81)88283059








(Um agradecimento para, Ingrid Buhr, pela aula!)

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

História do Pensamento Cervejeiro

A cerveja acompanha o homem a aproximadamente 8 milênios, a bebida está diretamente vinculada com a revolução Neolítica, na verdade talvez ela tenha sido a força motriz desta mudança de comportamento Social. O Símbolo para alimento no antigo egito era um vasilhame de Cerveja.

Seguem citações que indicam a importância da cerveja em cada ZeitGeist


"A boca de um homem que busca a felicidade está cheia de Cerveja"
Antigo provérbio egípcio (4000 ac)


"Eu recomendo Pão, Carne, vegetais e Cerveja"
Sófocles

"Uma Bebida poderosa e Superior"
Julius Caesar



"Ele que bebe cerveja dorme bem, aquele que dorme bem não peca, aquele que não peca vai para o céu"
(Monges Germânicos - 1200 dc)

"Nenhum soldado consegue lutar se não for devidamente alimentado com carne e cerveja"
(John Churchill 1650-1722)

"A cerveja é a prova que Deus nos ama e nos quer ver felizes"
(Benjamin Franklin)



"Dê ao meu povo suficiente cervejas, boas cervejas a preço acessível e não haverá revolução partindo deles"
(Rainha Victória 1819-1901)



"Cervejããããão", "Ex-Pe-Ri-Men-Ta", "Desce redondo", "Brahma Fresh a Cerveja do Refresh".
(Marqueteiros século XXI)

Tenho impressão que a gente decaiu!

Ainda bem que em Recife Agora Temos a RECBREW!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Como Fazer Cerveja - Equipamentos - Densímetro

Prezados,

Seguindo nossa linha de posts sobre o equipamento necessário para fazer cerveja, vamos falar sobre o DENSÍMETRO. Ele não é necessariamente obrigatório para “fazer cerveja”, mas se você tiver interesse em saber se suas levas estão indo de acordo com o esperado, sua eficiência na brassagem, além da quantidade de álcool na sua breja você vai querer um.



Um densímetro nada mais é do que um instrumento para medir a densidade de um líquido. Quanto mais “viscoso” um líquido maior será sua densidade. Em inglês essa expressão é conhecida como “gravity”, ou gravidade. Por isso você vai ouvir falar muito em gravidade da cerveja ao invés de densidade. No final, são duas expressões para a mesma coisa.

Para usá-lo, basta colocar líquido suficiente na proveta para deixar o densímetro livre para flutuar. Coloca-se o instrumento e aufere-se onde ele parou, conforme a régua contida neste, conforme a foto ao lado.

A água tem a densidade específica de 1,000. Se você adicionar a essa água todo o açúcar extraído dos grãos a densidade da água vai subir. Quanto mais açúcar no liquido maior será sua gravidade.

A maioria dos densímetros foram ajustados para trabalhar a 16 graus centígrados. Sendo assim se você for medir a densidade do mosto enquanto este está quente será necessário ajustar o resultado. Para exemplificar, imagine verificar a gravidade do azeite. Quanto mais quente estiver azeite menos denso ele estará. Por outro lado, quanto mais frio maior sua densidade. Portanto, antes de você utilizar seu densímetro procure saber a qual temperatura ele foi ajustado.

São 3 os momentos importantes de se medir a gravidade do mosto. O primeiro momento é na extração do mosto e antes da fervura. Essa será sua SG, ou “specific gravity”. Essa medição servirá para verificar o aproveitamento de sua brassagem. John Palmer, em seu livro “How to Brew”, chama essa densidade de BG, ou “por boil gravity”.

O aproveitamento na brassagem, ou sua eficiência, vai depender do tipos de grãos que irá utilizar, pois cada grão possui uma quantidade máxima de açúcar que pode ser extraído. Vamos imaginar que você esteja utilizando um grão que permitirá ser extraído açúcar suficiente para elevar a gravidade do mosto para 1,050. No final da brassagem você mediu sua SG, ou BG, e constatou que conseguiu uma extração suficiente para 1,035. Dessa forma, numa regra três simples, percebe-se que sua eficiência foi de 70%, ou seja, você conseguiu extrair 70% de todo açúcar que o grão oferecia.

Uma eficiência entre 70 e 80% é o desejável para quem está começando. Essa eficiência vai depender de vários fatores que serão vistos em outros posts, como moagem, Ph da água, tempo de brassagem, temperatura, etc...

A segunda e a terceira medição vão ser importantes para medir a OG (original gravity) e a FG (final gravity). A OG é medida logo após a fervura do mosto e antes de inocular as leveduras. A OG vai indicar a quantidade de açúcar no mosto.

A medição da OG também é importante para determinar o fim da fermentação da mosto. Quando se inocula o fermento num mosto com açúcar, as leveduras vão se alimentar desse açúcar e transformá-lo em CO2 e álcool. Nesse primeiro momento esse CO2 é descartado. Assim, após alguns dias, quando você for fazer outra medição, notará que a gravidade diminuiu, pois o açúcar virou álcool e este é menos denso que a água.

Depois de alguns dias, quando a densidade parar em um determinado patamar, significará que a fermentação terminou e você terá o FG. Com a medição do FG e do OG será possível determinar o teor alcoólico por volume de sua cerveja.

Cheers!

Brassagem Coletiva

Prezados,

Neste sábado, dia 25 de setembro, a REC BREW fará outra brassagem aberta a quem quiser ver o processo de fabricação de cerveja caseira. Vai ser aqui no prédio, além de aprender a fazer a cerveja poderão degustar as levas que já fizemos (que estão uma delícia), comer uns petiscos e conversar sobre todo o processo de fabricação.

Estamos pedindo uma ajuda para comprar os petiscos, R$ 15,00 por pessoa.

Cheers

domingo, 19 de setembro de 2010

Cultura Cervejeira

Prezados,

Deparei-me com esses vídeos num grupo de email da Acerva SP falando sobre o início da cultura cervejeira.

Vale muito assistir essa reportagem para ver como esse mundo é delicioso. Nós da RECBREW estamos tendando, ao máximo, divulgar essa cultura de cervejas especiais.

Devirtam-se!



http://www.redeminas.tv/centro-de-midia/planeta-minas/cervejas-especiais-1
http://www.redeminas.tv/centro-de-midia/planeta-minas/cervejas-especiais-2
http://www.redeminas.tv/centro-de-midia/planeta-minas/cervejas-especiais-3

Cheers

sábado, 18 de setembro de 2010

Como Fazer Cerveja - Equipamentos - Filtros de mosto

EQUIPAMENTOS 3 – FILTROS DO MOSTO


Como falamos no post anterior, a casca do malte vai servir como um filtro natural na ajuda de separar o mosto (líquido) dos grãos. Porém precisamos de algo mais para esta tarefa, é ai que entram os filtros.

Quando comecei a preparar cerveja eu utilizava um saco de voile (grain bag). É um tecido sintético que agüenta o calor do fogo. Coloca-se os grãos no saco e então o leva para a panela com água na temperatura calculada. Ao término retira-se o saco com os grãos e coloca-se em outra panela, com água a 72 graus para “lavar” os grãos e extrair todo o açúcar.

O grain bag é bastante simples e fácil de utilizar. Entretanto você fica preso a uma rampa de temperatura simples, com apenas uma escala.

Os dois próximos métodos são os mais utilizados pelos homebrewers. O primeiro é a bazooka e o segundo é o fundo falso.

A bazooka nada mais é do que um cano com diversos furos ou malha de inox utilizado dentro da panela ou cooler. Na foto abaixo você pode verificar como a RECBREW faz uso deste equipamento dentro de um cooler. Usamos a malha de aço inox de uma mangueira de gás. Conectamos as pontas num conector em “T” que vai direto para a torneira.



Neste caso os pontos positivos são a facilidade do método e a despreocupação em manter a temperatura, uma vez que está dentro de um cooler fechado não há perda de calor. Os pontos negativos, além de ter de comprar um equipamento a mais, é que podemos fazer no máximo 2 rampas de temperatura.

Nós também temos a mesma bazooka montada numa panela. A parte positiva é que podemos efetuar várias rampas de temperatura e a economia de não ter que comprar o cooler. Porém você tem que tomar cuidado para a temperatura não baixar muito.

Estamos bastante satisfeitos com este equipamento de filtragem do mosto. Entretanto, se formos fazer uma leva maior, usando mais grãos, temos que ter cuidado com o peso sobre a bazooka, pois esta irá ceder e causar um stuck sparge.

Outra alternativa para separar o mosto dos grãos é o fundo falso, como este da foto:





Este método é também muito utilizado e muito eficiente. De certa maneira é barato e pode ser utilizado tanto na panela quanto num cooler. O problema é que se você utilizar o fogo diretamente na panela pode haver uma caramelização do mosto que está no fundo, pois mesmo você mexendo a colher não alcançará o fundo da panela, mas o fundo falso.

Existem outros métodos para a separação do mosto dos grãos, mas estes que relatei acima são os mais utilizados pelos cervejeiros caseiros.

Lembrem-se, qualquer dúvida estamos a disposição.

Cheers

Como Fazer Cerveja - Equipamentos - Moedor

EQUIPAMENTOS 2 - MOINHO OU MOEDOR


Como estamos falando em fazer cerveja partindo de grãos, ao invés de usar extrato de malte, teremos que moer o malte antes de efetuar a brassagem. Um bom aproveitamento dos grãos vai depender de uma boa moagem, portanto é importante fazê-lo da forma correta.

O mais importante é que você entenda que o malte deve ser quebrado, e não triturado. A casaca deve ser preservada o máximo possível por dois motivos: primeiro porque servirá de um filtro natural, evitando que os grãos se compactem e ocorra um entupimento (stuck sparge) na extração do mosto.

O segundo motivo é que a casca pode contribuir com taninos, o que resultaria com um gosto adstringente no produto final, ou seja, na cerveja.

Dessa forma, deve-se ajustar o moinho para que quebre a parte de dentro do malte mas preserve a casca. O grão também não pode ficar muito fino para que se evite o stuck sparge, por isso nunca, veja bem NUNCA, use um liquidificador para moer os grãos.

Existe alguns tipos de moedores que são usados para malte de cevada. Talvez o mais usado seja o CORONA, um moedor de placas ajustáveis. Existem várias fotos para esse tipo de moedor na internet, que podem ser vistos através do site abaixo:

http://www.google.com.br/images?q=corona%20mill&oe=utf-8&rls=org.mozilla:en-US:official&client=firefox-a&um=1&ie=UTF-8&source=og&sa=N&hl=pt-BR&tab=wi&biw=1280&bih=647

Como pode ser visto através das fotos do link, o Corona Mill pode ser adaptado para melhor servir ao cervejeiro caseiro. É provavelmente o de melhor custo benefício e o que nós, da RECBREW, utilizamos.

Entretanto, o moedor mais aclamado no mundo cervejeiro é o moedor de rolos. Esse moedores existem com 1, 2 ou 3 rolos que são ajustáveis para um melhor aproveitamento do malte. Esses são bem mais caros e mais fáceis de ser encontrados em lojas do exterior, como no link abaixo:

http://www.beersmith.com/barley_crusher.htm

Esse moedor é fantástico, tive a oportunidade de utilizá-lo enquanto morava nos EUA. Colocávamos uma furadeira para ajudar na moagem, com isso a moagem levava apenas poucos minutos.

Novamente lembramos que o importante é ver o melhor equipamento para sua situação, as vezes começar com o mais barato é melhor do que com o mais caro, que pode ser adquirido num segundo momento.

Cheers

domingo, 12 de setembro de 2010

Como Fazer Cerveja - Equipamentos

Prezados,

Nós da REC BREW vamos começar a escrever alguns posts sobre a fabricação de cerveja em casa, passando desde os equipamentos, insumos até algumas técnicas. Nosso objetivo é difundir cada vez mais a cultura cervejeira e assim atrair novos colegas para esse ambiente.

EQUIPAMENTOS – Parte 1

Num primeiro momento vamos tratar dos equipamentos indispensáveis para a fabricação da cerveja. Lembrando sempre que esses equipamentos podem variar de acordo com a região em que a pessoa está, sua cozinha, clima, etc.

Aqui estamos imaginando que você não tenha problemas com a temperatura externa, vai utilizar a cozinha de sua casa, afinal você não quer investir tanto logo no começo, e vai fazer uma receita “all grain” para 20 litros de cerveja.

Sendo assim você vai precisar de:

02 panelas de pelo menos 20 litros cada, com extratores;
01 panela de 30 a 35 litros, com extrator;
01 equipamento para separar os grãos moídos do mosto (bazooka, fundo falso, etc);
01 moinho (ou moedor) para os grãos;
01 densímetro
01 proveta
01 termômetro
02 metros de mangueira atóxica
01 balde de plástico atóxico (alimentício) de pelo menos 24 litros, com tampa
01 airlock (pode ser improvisado)
35 garrafas de 600 ml
35 tampinhas
01 máquina para tampar
01 liquido sanitizante (iodofor, paracético.... não utilizar água sanitária)

Existem alguns equipamentos que não são essenciais, porém facilitam muito a vida do cervejeiro caseiro, aqui segue uma lista, alguns itens são simples e fáceis de encontrar

01 escumadeira em alumínio ou inox de uns 15 cm de circunferência;
01 chiller (imersão, contra fluxo....)
01 balde atóxico com extrator (balde extra)
01 iodo (diferente do iodofor esse é comprado em farmácias)
Filme plástico ou alumínio
01 medidor de Ph (fitas ou máquinas)
01 jarra plástica com medidores na lateral
01 colher de plástico atóxico
01 grain bag

O primeiro item que vamos falar e o qual você tem que se preocupar são as panelas. Você precisará de pelo menos três. A primeira terá a função de esquentar a água para a brassagem, para esta tarefa uma panela de 20 litros é suficiente. A segunda panela receberá os grãos já moídos para efetuar a brassagem, essa outra também pode ter a capacidade de 20 litros e seu equipamento para separar os grãos do mosto deve estar montado nesta panela. A terceira, e última, tem que ser um pouco maior, entre 30 e 35 litros e servirá para ferver o mosto.

Lembrando que você terá que esquentar água mais de uma vez para começar a brassagem e num segundo momento para “lavar” os grãos. Neste último momento você estará utilizando as três panelas ao mesmo tempo.

As panelas precisam ter extratores. Nós aconselhamos utilizar um de pelo menos meia polegada para ajudar a vazão e evitar entupimentos. Aqui temos uma foto de parte do equipamento para dar uma idéia. Você ainda vai precisar de uma arroela, um cotovelo e um anel de silicone que segure alta temperatura.





Nos próximos posts vamos comentar sobre outra peças do equipamento. Qualquer dúvida é só entrar em contato conosco.

Cheers!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O Milagre Chinês


Fazer uma leva Chinesa foi um dos maiores desafios que tive até o momento. Tudo começou quando 2 grandes amigos que fiz em Qingdao, Thomas (alemão) e Bryan (italiano) souberam que eu tinha experiência nesta arte. Eles acharam interessante e queriam participar de uma leva.

O primeiro desafio foi encontrar insumos e equipamentos na China. Fiz uma pequena lista do material que seria necessário para fazer uma leva. Faríamos na casa de Thomas, no fogão caseiro mesmo. Para fermentadores poderíamos utilizar os garrafões de água, eu havia trazido comigo alguns equipamentos pequenos, como hop bag e grain bag, além de um sifão. Impossível! Simplesmente não havia um fornecedor chinês de insumos. Pelo menos não em pequena escala.

As panelas seriam fornecidas por um amigo, dono de um restaurante italiano, que dividia apartamento com Thomas. Eu avisei que precisaríamos de duas panelas grandes. O restante do equipamento era simplesmente impossível de encontrar, insumos então... esqueça.

Falei com os dois que seria muito difícil. Entretanto Thomas, que iria fazer uma viagem de negócios a Recife, se prontificou a trazer todos os insumos do Brasil. Com a notícia, fiz uma receita básica de uma APA. Utilizaria maltes pale ale, caraamber e carared, para lúpulos pedi um saquinho de cascade e o fermento escolhido foi o US-05 (seco) além de whirfloc, comprei tudo na turma e pedi para ser entregue na casa de uma amiga, que se encarregou de entregar tudo a Thomas.

Tive algumas preocupações com essa “loucura”. Primeiro seria o tempo em que o lúpulo e o fermento ficariam longe do refrigerador (3 dias). A segunda preocupação foi com relação a alfândega na chegada, pois Thomas estaria trazendo uma carga viva (fermento) e grãos, o que, supostamente, necessitaria de uma anuência do governo local. Principalmente aqui na China.

Entretanto, tudo deu certo. Ou melhor, quase tudo. Um dos sacos de grãos se rompeu na viagem e perdemos cerca de 1 kg de pale ale. Para compensar a falta teria que adicionar um pouco de açúcar para poder atingir a OG necessária.

Fiquei tão feliz com a possibilidade de voltar a fazer uma brassagem após quase 6 meses “em branco” que não pensei num detalhe, como moer os grãos. Dois dias antes da data marcada para a brassagem rodei a cidade atrás de um moedor que pudesse fazer o serviço. Tudo em vão. A única coisa que encontrei foi um moedor de alho, feito de plástico e muito pequeno. Tinha que servir!

Um dia antes comecei a moer os grãos e constatei que o moedor iria servir, mas demoraria um bom tempo para concluir o serviço. Por isso comprei dois pilões de pedra para que pudéssemos quebrar os grãos. No hora marcada para a brassagem eu ainda não tinha conseguido moer nem a metade dos grãos. Entreguei um pilão para Thomas e outro para Bryan. Demoramos ainda umas 3 horas para finalizar o serviço. Tudo regado a Tsingdao a marca de cerveja mais famosa da China, mas que tem a qualidade de uma “ambeviana”, ou seja, refrescante mas não satisfaz.

Terminada a primeira etapa colocamos os grãos dentro da bolsa e começamos a brassagem. Quando eu disse a Thomas que precisava de uma panela grande ele exagerou um pouco e trouxe uma de 200 litros. Ou seja, a água para a brassagem, cerca de 12 litros, quando colocamos na panela ficava na altura de um dedo. Resultado, fizemos a brassagem em 3 panelas menores, quando tudo estava pronto usamos o grain bag como um filtro para o mosto que jogamos dentro da panela grande.

Como a panela era muito grande e estávamos utilizando um fogão doméstico só conseguimos a fervura com a panela fechada. Neste ponto eu já não estava mais preocupado com DMS, “se esta cerveja saísse já seria um milagre”, era meu pensamento.

Terminada a fervura tivemos que passar o mosto, ainda quente, para duas panelas menores, assim poderíamos colocar o gelo na panela grande. Com o gelo na panela grande colocamos as panelas em banho Maria para efetuar o resfriamento do mosto. Mais uma vez, sabia o problema que isso poderia causar, mas nesse ponto.....

Ativamos o fermento e jogamos dentro de dois garrafões de água. Improvisamos os airlocks e deixamos num quarto que não era utilizado na casa de Thomas. Como a temperatura estava em torno de 20 graus na cidade seria uma preocupação a menos.

Para minha surpresa a fermentação ocorria a passos largos e a cerveja tinha um vermelho profundo muito bonito. Fizemos a maturação na garrafa mesmo, pois Bryan iria viajar e tivemos que acelerar o processo. Utilizamos garrafas plásticas de 500 ml de água.

Uma semana depois de engarrafada a cerveja colocamos as garrafas para gelar e convidamos os amigos para experimentar. Antes porém compramos umas cervejas para poder ter certeza de que beberíamos algo aquela noite.

Para minha surpresa a cerveja estava bem agradável. Com um aroma peculiar do cascade e um sabor balanceado do malte.

Foi um verdadeiro milagre chinês!

Cheers.

Aceitamos Doações/troca de Engradado de Cerveja


Temos atualmente um gargalo na nossa produção! Juntando tudo temos 6 engradados ocupados de cerveja, e precisamos de mais alguns para continuar a produção... já vai ser difícil engarrafar a nossa Brown Ale que está maturando!
Por isto estou com uma promoção camarada!
Doe um engradado com 24 garrafas vazias de 600ml ou um engradado de 12 garrafas de 1 Litro e Ganhe um Kit Com 3 cervejas diferentes da RecBrew + uma participação na próxima brassagem aberta com direito a cerveja a vontade!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Adicionando frutas numa cerveja.

>
Prezados,

Fiz essa tradução livre do texto publicado em uma revista especializada americana. Lembrem-se que o texto é voltado para o público americano, a realidade deles é diferente da nossa. Por exemplo, as frutas comuns lá são framboesa, blackberry, que acho que se chama cassis aqui no Brasil, amoras, cerejas... As frutas consideradas exóticas são as que encontramos normalmente no Brasil, principalmente aqui no NE, como acerola, açaí entre outras.

"FAZENDO CERVEJA COM FRUTAS: CERVEJA DE TRIGO E MAIS
Por Dave Mentus
Tradução livre

Cervejas com frutas tem sido feitas por centenas de anos na época antes dos lúpulos e foram muito famosas por dar saber azedo as cervejas belgas fermentadas espontaneamente. Durante muito tempo bebidas fermentadas com frutas eram encontradas em poucas áreas geográficas. Entretanto, nos últimos 20 anos elas têm se tornado muito popular em cervejarias artesanais e entre os cervejeiros caseiros nos EUA.

As cervejas com frutas se tornaram um estilo popular nos EUA durante os anos 80 e 90, com mirtilo ou cassis (blueberry), framboesa (raspberry), cereja (cherry) e damasco (apricot), todas no estila wheat americano, sendo hoje ainda mais prevalentes nas cervejarias. As tendência agora são as de frutas exóticas e tropicais como manga, abacaxi e maracujá nas cervejas de trigo. As frutas estão aparecendo até nas cervejas mais escuras como a Brown ale e a imperial stout com cereja, framboesa ou laranja. Desde que você não seja um Reinheitsgebot ferrenho, um cervejeiro bitolado nos livros, você pode usar frutas em qualquer cerveja que você quiser.

Na minha opinião, fazer cerveja com frutas deveria ser visto como uma habilidade a mais que o cervejeiro ganha na arte de confeccionar cervejas, e não como um artifício dirigido para o uso de uma essência ou extrato de fruta. Você deve considerar esse tipo de brassagem como um meio de aumentar e entender melhor os sabores das cervejas, como azedo, doce, torrado e amargo através da combinação complementar destes com os sabores das frutas.

Oito ano atrás eu me desafiei, como um cervejeiro profissional, a fazer a mais saborosa e exótica cerveja com fruta sem fronteiras para ingredientes, técnicas e métodos. Cerveja com fruta se tornou uma paixão para mim, desde a procura de novos ingredientes até a reação das pessoas que experimentam essa benção.

PLANEJANDO SUA CERVEJA COM FRUTA
Existem 3 coisas a serem consideradas para preparar uma cerveja com frutas: o estilo, a fruta e a intensidade. Você está visionando uma cerveja leve com frutas cítricas ou uma cerveja escura torrada com cereja? A cerveja vai ter um gosto suave de fruta, balanceado ou forte? Trace seus planos e tome notas das frutas que você escolher, como aparência, estação e efetividade. Ales e lagers escuras, com acentuação torrada e de caramelo precisam de mais frutas para combinar os sabores e a intensidades deste tipo de malte. Frutas adocicadas como framboesa, cereja e cassis (blueberry) em níveis razoáveis funcionam bem com ambos tipos de cerveja, escura e clara, enquanto sabores cítricos típicos da laranja, limão, lima e maracujá combinam bem com todas as tonalidades de dourado das ales e lagers. Frutas como pêra, maçã e banana complementa bem receitas leves, pouco lupuladas, mas requerem mais tempo para maturar, além de uma maior quantidade de frutas para que o sabor fique mais aparente no produto final.

Obter balanço e harmonia é importante quando se prepara cerveja com frutas. Isso fica ainda mais aparente depois de algumas brassagens. Eu tenho a tendência de agravar a filosofia de que “você sempre pode adicionar mais” depois de várias experiências tortas. Começando pelo lado do cuidado é o caminho mais seguro para atingir o sabor desejado sem incidentes. Entretanto, se você quer utilizar o dobro das frutas ou apenas um pouco a decisão da intensidade é sua.

Para selecionar as frutas eu sou da premissa de “usar os melhores ingredientes disponíveis” e começar pelos produtos orgânicos e frescos. Se as frutas frescas não estão disponíveis ou estão fora da estação, as congeladas, as pasteurizadas e os purês que contêm poucos preservativos e aditivos são uma alternativa muito boa.

Convencionalmente as frutas comercializadas estão sujeitas a um grande número de produtos químicos e agrotóxicos, desde pesticidas, a produtos sanitários para os processos de crescimento e preservação. Uma vez que esses não são os sabores e componentes que buscamos nas cervejas lave bem as frutas antes de usar.

As frutas com melhor custo benefício são as que estão na forma de purê e podem ser adquiridas nas lojas de cervejas artesanais e nos supermercados. Os benefícios do purê são que ele propicia uma superfície de contato maior com o mosto quando misturados, além de ser mais estável e, provavelmente, não conter bactérias. Os purês também oferecem a possibilidade de se utilizar frutas exóticas que normalmente não estariam disponíveis.

Outra opção é utilizar suco 100% da fruta. O suco funciona bem para dar sabor a cerveja, só precisa ser utilizado em quantidade maior do que o purê. As frutas cítricas funcionam bem em quantidades menores, já sucos de framboesa e cereja precisam de mais volume para dar sabor a sua cerveja.

A regra geral é utilizar entre 118 e 240 ml de suco de fruta por litro de cerveja. 100 gr. de purê por litro funciona bem com as frutas mais comuns, como cereja, framboesa e cassis (blackberry). As frutas cítricas necessitam de uma quantidade menor de purê por litro. Verifique a tabela para ver a quantidade sugerida de fruta para sua próxima cerveja.

FERRAMENTAS E TRUQUES DA TROCA
Algumas ferramentas são essenciais para utilização de frutas inteiras frescas na fabricação de cerveja, como saco contendores (aqueles feitos de filó), processadora de alimentos e um pilão ou um dispositivo de amassar (amassador de batata ou alho). A melhor técnica para se trabalhar com a fruta inteira é amassá-la com um pilão ou clicando em pulsar na processadora de alimentos.

É importante lembrar que todo o sumo produzido ao amassar ou processar a fruta inteira deve ser utilizado no mosto. É por este motivo que os sacos contendores são importantes. Eles devem ser utilizados para conter a polpa da fruta, faça a infusão da fruta como se fosse um “dry hopping” ou esprema a fruta amassada. Eu normalmente mantenho um arsenal de sacos contendores de vários tamanhos para as minhas necessidades de filtração, com a finalidade de manter a polpa da fruta, as suas fibras e caroços fora do mosto.

Muitos cervejeiros fervem as frutas inteiras na panela por aproximadamente 5 minutos antes de desligar o fogo. Essa técnica funciona bem para extrair e pasteurizar a fruta, mas fará com que a fruta fermente juntamente com o mosto. Entretanto essa técnica diminui o impacto que a fruta terá no sabor final da cerveja, além d o que, por muitas vezes, a frutose (açúcar da fruta) fermentada pode dar aromas e sabores imprevisíveis na cerveja. Pode também “preparar” qualquer pectinas no fruto, o que acarretará com que a cerveja fique turva permanentemente.

Depois de anos de experimentos, eu acredito firmemente na adição da fruta gelada pós fermentação, ou adicioná-la morna na fermentação secundária. Tenha em mente que depois de algum tempo a adição de frutas frescas no secundário pode ocasionar uma fermentação por bactéria ou o sabor de azedo. Mas você pode substituir a fruta fresca por frutas congeladas ou assépticas para eliminar esse risco. Na maioria da minhas cervejas com frutas, que são normalmente leves, um toque do sabor azedo ligado as bactérias das frutas adiciona um toque de complexidade e mistério. Eu acredito que tendo a cerveja base sido fermentada, resfriada e transferida para um keg ou balde fará com que você consiga um maior sabor da fruta sem incidente. Minha técnica preferida, ou adição de fruta, é no balde ou keg, antes da carbonatação, deixando a fruta em infusão na cerveja por pelo menos 2 semanas, balançando periodicamente. Quanto mais tempo você deixar a fruta em contato com a cerveja mais sabores serão transferidos para o produto final.

“Envelhecer” a cerveja com as frutas pode ser feito simplesmente ensacando (uma ou duas vezes) a polpa, adicionando o suco e adicionando CO2 no keg para servir a cerveja. Tenha mais segurança se você decidir guardar a cerveja com a polpa da fruta no keg produzindo uma tampa/filtro rígida no fundo do cano “out” de seu keg. Ou você pode tentar uma técnica de decantação mais lenta, através dos sacos de filó, para poder remover coisas indesejáveis entre a fermentação secundário e o produto final.

De qualquer maneira, usando os sacos de filó mais finos ajudarão a limpar a cerveja das frutas de semente menores ou mais fibrosas. Partículas de polpa de frutas na sua cerveja são aceitáveis pela maioria dos cervejeiros, mas para se ter uma melhor apresentação no produto final elas devem ser retiradas. A carbonatação deve ser próxima de média para alta. O acondicionamento em garrafas é o mais indicado para se atingir um produto melhor.

O momento em que sua cerveja está pronta depende de você. Se a cerveja for de trigo sem filtração é interessante “agitar” um pouco a cerveja para que as partículas se misturem, ou efetue uma decantação da cerveja para se livrar dos restos de polpa e sementes na garrafa. Copos longos, tipo flauta, ou os globos ajudam a apreciar os odores liberados pelas bolhas de carbonatação, além de dar um toque de classe na hora de servir.

Se sua cerveja for do tipo escura e doce você pode combiná-la com sobremesas. Cervejas mais claras combinam bem com saladas e peixes, elas também combinam com pratos picantes retirando o ardor da comida.

Sua cerveja também pode servir de ingrediente para adicionar no vinagrete, ou até mesmo para regar um prato no forno.

Fazer cerveja com frutas é uma grande habilidade para se ter no seu repertório. Sua família e amigos vão ficar encantados com o sabor refrescante deste tipo de cerveja. Tenho apenas mais uma viso a dar aos meus amigos cervejeiros: quando fizer cerveja com frutas faça muita! Uma boa cerveja de fruta é consumida duas vezes mais rápido do que outros tipos e quando você perceber seu amigo acabou de pegar o último copo.

Volume de frutas recomendados
Em purê (ml/litro)
Maracujá
30 a 60
Manga
60 a 120
Melancia
73 a 103
Kiwi
73 a 103
Cereja
120 a 147
Blackberry
120 a 147
Framboesa
120 a 147
Em suco (ml/litro)
Laranja
30 a 60
Limão
30 a 60
Lima
30 a 60
Abacaxi
30 a 60
Amora
60 a 120
Cereja
60 a 120

RECEITA
MARACUJÁ – MANGA WHEAT BEER
Ingredientes para 5.5 galões (cerca de 21 litros)
2kg de malte de trigo
1.6 Kg de malte 2 row (acredito que malte pilsen)
450 gr. de trigo em flocos ou trigo não maltado
225 gr de malte Munique (Munich malt)
225 gr de casca de arroz
14 gr. de Northern Brewer (8% folha) 60 min.
14 gr. de Mt. Hood (3.2% folha) 40 min.
14 gr de Cascade (6% folha) 5 min.
Fermento American Ale
475 gr. de purê de maracujá
950 gr. de purê de manga
OG 1.048 (75% de eficiência)
FG 1.008
IBU 17
Instruções
Faça uma brassagem de 60 min. a 66 graus. Fermente a 20 graus por duas semanas depois esfrie e faça a purga do fermento. Adicione os purês de maracujá e manga e deixe maturar por duas semanas. Balance ocasionalmente depois deixe sedimentar gelada, faça a purga do purê sedimentado e faça a carbonatação.
Variação com Melancia.
Faça a mesma receita acima, retirando os purês, e fermente por uma semana. Adicione um tubo de “White Labs lambic” e misture bem com 118 ml de purê de melancia. Deixe esta cerveja ficar num quarto escuro a temperatura ambiente por pelo menos de 3 – 6 meses. Resfrie para remover o fermento e adicione 1,2 litros de purê de melancia e deixe por 2 semanas. Balance ocasionalmente e depois deixe sedimentar no frio. Retire o purê sedimentado e faça a carbonatação."

Espero que tenham gostado.
Cheers

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Bebendo uma Weiss no Buraco da Gia

BURACO DA GIA - GOIANA-PE
2010




Litoral norte de Pernambuco, cidade de Goiana, terra de engenhos, maracatu e caldo de cana, lá se encontra um restaurante tradicional. Com 54 anos de atividade o Buraco da Gia tem nos frutos do mar a sua especialidade. Destaca-se o peixe ao molho de camarão, o camarão ao molho de tomate, o casquinho de caranguejo e o ensopado de aratu. 





Freqüento o restaurante antes mesmo de me entender por gente, minha cachorrinha era conhecida na casa. Lembro com certo saudosismo o tempo que ia com a família inteira para o restaurante e com o atendimento impecável do Senhor Lima e do Senhor João (in memoriam) comíamos e bebíamos o melhor do litoral, minha infância foi abastecida com muitos momentos de alegria e felicidade neste local. 

Além da atração culinária espetacular; o dono e Maître da casa, senhor Luiz Morais, ou apenas seu Luiz além de um Senhor muito educado e "boa praça" é um verdadeiro adestrador de Guaiamum. O dono do espetáculo é o bichano que com sua enorme patola segura um copo de cerveja para a clientela beber. 





Desta vez não teve jeito, levei uma Weiss para acompanhar a refeição e fiz questão de beber junto com seu Luiz e o crustáceo uma garrafa! Achei que seria maldade ele segurar o meu copo de 50 cl + espuma tradicional para uma cerveja do estilo, então adaptei para a taça que o bichano estava mais habituado, já que ele ainda estava em treinamento.

Brindo ao Buraco da Gia, para mim, um dos melhores restaurante do Mundo, pois ele corta a minha aldeia.

Pão e Cerveja

Prost!






Alberto Caeiro

O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o tejo não é o rio que corre pela minha aldeia,
O Tejo tem grande navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.

domingo, 5 de setembro de 2010

Apresentação

Prezados,

É com muita satisfação que começo a colaborar com esse blog. Considero-me um Recifense bairrista, alvirubro apaixonado, advogado competente, metido a cervejeiro e cozinheiro. Gosto de tudo que a vida tem de melhor, boa companhia, boa música (o que na minha opinião significa Eric Clapton, BB King, Muddy Waters, Little Milton, Dire Straits, U2, Zappelin, Pink Floyd, Hendrix, Marley, Queen, Paralamas, Legião, Capital, Chico Science, Titãs entre muitos outros), um bom esporte (qualquer um), bons livros e uma boa cerveja.

Aprendi a apreciar cerveja durante os anos vividos em Phoenix, Arizona. Fui apresentado a uma diversidade de cores e sabores que nunca imaginava existir. Visitei e conheci mestres cervejeiros em algumas Breweries locais, como Four Peaks, BJ’s e Papago’s.

Um dos primeiros americanos que conheci ao chegar nos EUA, em 2002, foi o marido de uma brasileira. Dan e Liria Teff passaram a ser amigos queridos. Dan é um químico com PhD em Harvard. Com ele passei a aprender a manipular maltes, lúpulos e fermento para transformar este ingredientes no líquido maravilhoso que tanto gostamos.

O equipamento dele era semi profissional. Ele possui uma torre com três queimadores de alta pressão, em alturas diferentes, diversas panelas em aço inoxidável, 3 freezers que eram utilizados exclusivamente para cervejas (um deles ficava na sala e possui 3 torneiras para cervejas “on tap”) e o mais importante, o conhecimento adquirido no doutorado em química em Harvard.

As cervejas produzidas no quintal dos fundos da casa do Dan foram premiadas diversas vezes em concursos nacionais, chegando a ser produzidas em escala por fábricas no Arizona e na Califórnia. Sinto orgulho de tê-lo ajudado em algumas delas, fora que o aprendizado foi incrível. Ele sempre dizia que o sonho da vida dele é se aposentar e abrir uma pequena cervejaria bar em Santa Catarina, pelo tanto que aprendi com ele e sabendo da qualidade que ele tanto preza sei que seria um sucesso.

Ao retornar a Recife, depois de um ano trabalhando na China, descubro que meu vizinho é também cervejeiro (ele, por sinal, o criador deste blog que agora começo a colaborar). Até então acreditávamos ser os únicos em Recife, ele morando no 13° e eu no 14° andar do mesmo prédio. Hoje já conhecemos o Sérgio, outro cervejeiro que morou no Rio por um tempo, e sabemos da existência de outros dois, mas ainda não tivemos contato.

Acredito que desde que montamos nosso equipamento, em meados de junho, já preparamos umas 8 levas (Golden Ale, ESB, APA, Wit, weizen, Coffee Porter, Milk Stout e Brown Ale), algumas mais outras menos apreciadas, porém o importante é que estamos conhecendo nosso equipamento e ajustando-o para conseguir a melhor qualidade possível, que pode ser medida, num primeiro momento, pela ausência de qualquer infecção nas cervejas que preparamos até o momento. Das cervejas em si falaremos em posts próprios e com mais detalhes.

Nossa idéia é montar a Acerva PE, ou quem sabe NE, que englobaria, além de PE, os estados de SE, AL, PB e RN, visto o número de participantes ainda ser pequeno nesses estados. Nossa principal meta é divulgar a cultura cervejeira e apresentar aos amigos e interessados os estilos de cerveja apreciados e conhecidos mundialmente.

Para tanto criamos a marca Rec Brew, que vai ser a pioneira na ajuda dos novos mestres cervejeiros nesses estados, facilitando a compra de insumos e ajudando no estudo do assunto e na escolha do equipamento mais apropriado para cada realidade.

Portanto, fiquem a vontade para fazer perguntas, se apresentar, entrar em contato conosco, será um prazer conhecê-los.

Cheers!